Africalimente-se: Culinária Vegetariana de Inspiração Ancestral

Firmando nosso axé na emancipação alimentar, a Dhuzati apresenta uma ação que intersecciona o antiespecismo – através da culinária vegetariana estrita – e o antirracismo – através do resgate histórico da culinária afro-brasileira e da investigação da culinária africana. Muito mais uma ação direta que um evento, o AFRICALIMENTE-SE traz o protagonismo negro para a construção de um veganismo que possa unir vidas humanas e não humanas contra o antropocentrismo europeu através da prática de uma culinária criativa e combativa.

Nesta segunda edição, recebemos para inebriar nossos pratos com sua voz negra e radiante a cantora Aninha Martins com Jonatas Onofre e soundlounge de Sarita de Gzuis. Aninha é letrista e intérprete, daquelas artistas que para receber o título de ‘nova voz da MPB’ ou ‘diva’, lhe falta apenas a visibilidade merecida. Já Sarita é dj e performer paraense, filha de tacacazeira, que enfrenta com irreverência a luta cotidiana de uma sociedade opressora, transfóbica e intolerante.

Aninha Martins, é dona de vocais fortes e sonoridade marcante, costuma surpreender seu público com performances viscerais.
Sarita de Gzuis tem o trabalho como condição e a organização como alternativa contra os ataques daqueles que exploram!

Construíndo um afroveganismo que tem muito o que aprender a cerca de respeito aos animais não humanos com os cultos afrobrasileiros, e reconhecendo a experiência prática da  culinária norte-africana com suas infinitas criações vegetarianas, nosso objetivo, torna-se fazer o encontro de culturas produzidas como menos racionalizadas e perigosas pelo eurocentrismo branco moderno, resgatando conhecimentos alimentares e utilizando ingredientes parte da cultura alimentar iorubá, árabe e etíope, como coentro, fava, cominho, feijão macassar, pimenta e amendoim, que não por acaso, são presente no cotidiano nordestino.

No nosso cardápio Acarajé com Vatapá (10$) e Isu Rogodo com Chermoula (10$) de petiscos, com opção de meia porção. Efó acompanhando Xinxim de Jaca (15$) ou Shalan Ful (15) como pratos principais e Oguedê, que nada mais é que banana frita com canela, de sobremesa (4$), além de sucos de frutas orgânicas e cerveja puro malte.

Povos da África, desde os tempos áureos das grandes civilizações até os dias modernos reféns da pobreza, da exploração industrial e do neocolonialismo tiveram uma dieta em grande parte vegetariana que dependia fortemente de grãos, vegetais, frutas e legumes. Uma das leguminosas mais populares na dieta africana é a fava que durante muito tempo foi provavelmente uma das principais fontes de proteína para povos desta região. É valorizando sabores e conhecimentos ancestrais, desindustrializando e desprofissionalizando a culinária, entendendo-a como um ritual caseiro, amistoso, coletivo e sem chefes que nossa proposta de descolonização alimentar te convida à africalimentar-se e sentir neste sábado, 29/04.

SERVIÇO:
Africalimente-se: culinária vegetariana de inspiração ancestral
Dhuzati Coletiva Antiespecista Artesanal
Rua da Biblioteca da UFRPE, Casa Lilás
Dia 29 de Abril, a partir das 19h.