Tábua de Cortes – Mais um alvo do higienismo!

A Anvisa publicou em 2004 a resolução 216, que recomenda estabelecimentos comerciais não usarem qualquer tipo de equipamento ou objeto de madeira, pois segundo eles, este material acumula bactérias que podem provocar graves doenças a humanes.

Segundo a agência, as mais recomendadas são as de plástico polietileno, material derivado de petróleo, produzidas em escala industrial por empresas altamente poluentes e de condições laborais completamente insalubres, afinal são ambientes concentradores de grande matéria química tóxica.

tcortesO polietileno não é biodegradável e além de não estar livre de contaminação por bactérias, teria problemas oriundos do próprio tipo de material. Com o tempo, pequenos pedaços de plástico vão se soltando da superfície da tábua e contaminando os alimentos que estão sendo cortados com seus resíduos artificiais e químicos. Plásticos duros podem conter bisfenol-A e outros poluentes orgânicos persistentes (POPs), potenciais causadores de problemas de saúde, hormonais e reprodutivos, obesidade e até câncer. Mas este ponto é ignorado pela instituição estatal de vigilância sanitária, por isso alertamo-los: isto pode ser proposital.

As resoluções da Anvisa são pautadas por estudos científicos alinhados à doutrina higienista, que, de cunho liberal, objetiva a resolução de problemas sanitários resultantes da ocupação humana desordenada e predatória das cidades – espaço geográfico vital para o desenvolvimento do capitalismo. Para o higienismo, a saúde pública depende dos controle dos microrganismos, (bactérias, fungos, vírus, protozoários e ácaros) e não dos fatores que possibilitam a proliferação e desenvolvimento dos microrganismos nocivos a humanes, com isso temos uma política paliativa e falaciosa que se diz em prol de condições e espaços asseados mas que na realidade serve para esconder a criação de fatores insalubres e nocivos as espécies animais e vegetais presentes na terra.

A não recomendação das tábuas e utensílios de madeira e sua justificativa a partir do discurso higienista é um claro exemplo de apoio estatal a produção industrial petroleira poluente, baseada em conclusões científicas colonizadoras que não possuem o consenso da comunidade acadêmica e ainda, são muito questionadas. Esta regulação permite que, com a alta produção de tábuas, o custo seja muito mais em conta em relação as demais, eliminando do consumidor, principalmente os de classe mais baixa, a possibilidade de escolha do que usar.

Vamos acabar com a associação de bactérias, fungos e outros microrganismos com doenças e insalubridade. Estes tiveram um papel fundamental para o surgimento da espécie humana, e são fundamentais para a manutenção da vida e das matérias orgânicas. Contudo, é importante que saibamos quais bactérias podem ser danosas para nosso corpo e nossa comunidade e então desenvolvermos um cuidado que ao invés de fragilizar o nosso corpo, deixando-o com uma imunidade baixa, fortifique-o criando resistência.

Tábuas de madeira, além de biodegradáveis, possuem propriedades antibactericidas naturais, ignoradas pela Anvisa. Seu processo de higienização é básico podendo utilizar apenas limão, alho e água quente, higienizadores por sinal bem distintos dos poluentes industriais tóxicos recomendados pelo Estado.

Existem alguns estudos realizados questionando a potencialidade bactericida das tábuas de madeira, eles constatam que a madeira abrigou menos bactérias que as tábuas de plástico, como isso pode ser possível? Abaixo segue algumas explicações plausíveis para tal acontecimento:

  1. O plástico não absorve a água fazendo com que as bactérias tenham um tempo maior de sobrevivência.
  2. A madeira absorve a água se secando mais rapidamente o que gera menor sobrevivência das bactérias.
  3. A madeira contem agentes naturais antibióticos que retarda o crescimento bacteriano.

A ausência de microrganismos em tábuas de corte apenas talvez ocorra caso utilizemos-na apenas para cortar matérias inorgânicas como plástico, metais, chips de silício, cabos de fibra óptica, por exemplo. Então, sem stress ok? ao cortar legumes e frutas em tábuas de madeira lembre-se que seu corpo não é tão frágil quando a indústria de limpeza e de fármacos te dizem. Na realidade é a partir de seus produtos que seu corpo se debilita e fica propenso a doenças.

O uso de tábuas de madeira além de mais ecológico permite uma melhor propriedades dos seus alimentos, ah, e ainda é a que mais demora para desamolar o fio de sua faca.

Ah, a título de informação, o Brasil é o primeiro país a desenvolver o polietileno a partir da cana de açúcar. Curioso, não?!!!!

Referências:
Receita de Minuto – Qual é a Melhor Tábua?
Real Simple – How Safe Is Your Kitchen?
Life Hacker – 10 Stubborn Food Myths That Just Won’t Die, Debunked by Science
Ecycle.com – Como escolher a melhor tábua de corte