DENÚNCIA: UFPE ameça ambulantes com ação higienizadora

Na última sexta-feira, 19, a Universidade Federal de Pernambuco, expediu uma ordem  para comunicar a proibição e expulsão dos vendedores itinerantes que realizam atividades comerciais dentro do campus.

Tal medida soma-se com as ações higienizadoras da Prefeitura do Recife e da Prefeitura de Olinda para restringir a liberdade e o poder auto organizativo de indivíduos que optam por trabalhar protagonizando seu potencial produtivo e recusando a se submeter às normativas autoritárias de corporações e empresas privadas. A justificativa da ação argumenta a segurança, a concorrência desleal com empresas que alugam espaço à universidade e a circulação dentro do campus, argumentos covardes que mascaram o que em tempos de higienização deliberada não é mais possível esconder: o incomodo que muitos doutores e demais servidores federais colaboradores da hegemonia capitalista, têm pela estética e dinâmica provocada por pessoas que trabalham livremente e que não reproduzem um padrão de vestimenta eurocêntrico associado a ambientes corporativos. A liberdade organizativa de individues e grupos autônomos agride ferozmente o preconceito elitista destas pessoas e intimida aqueles que vivem apenas para expor seu consumismo.

Vanda cozinheira vegetariana autônoma
Vera, cozinheira vegetariana autônoma ameaçada pela política de higienização da UFPE

A atitude torna-se mais absurda ao darmos conta que várias pessoas estão sendo ignoradas e violentadas por dependerem da renda que fazem com suas barracas, que estas mesmas barracas são alternativas para muitos estudantes que ainda não estão reféns dos preços exorbitantes aplicados pelos restaurantes ‘autorizados’ da universidade e das grandes lojas de artesanato, roupas e bijuterias convencionais.

Como coletiva que também atua no comércio informal, somos solidárias a todas as pessoas que estão sendo ameaçadas pela UFPE, que na sua tentativa de contribuir com o capitalismo predatório e com o desenvolvimento da miséria propõe tais ações higienizadoras apenas para contemplar um público que se sustenta violentando setores não privilegiados como o acadêmico, por exemplo.

Abaixo um vídeo produzido por estudantes de cinema em solidariedade aos colegas ambulantes.

TODO REPÚDIO À HIGIENIZAÇÃO SOCIAL
PELA LIBERDADE DE ORGANIZAÇÃO E OCUPAÇÃO DO ESPAÇO PÚBLICO