Relato sobre o 1º Mutirão e Oficina de Bioconstrução

DSCF4457Nosso primeiro mutirão nos trouxe muito aprendizado e uma reflexão sobre a importância da propagação de uma ética política menos desigual em locais onde as reproduções da cultura hegemônica se reverberam em alto e bom som.

Nossa programação ficou um pouco alterada devido a problemas ao acesso do acampamento. Tinha chovido e não estávamos em um transporte que desse conta do lamacero que encontramos. Tivemos que descer faltando ainda 4km para o acampamento para continuar o percurso a pé.

A experiência de comer milho e macaxeira recém tirados do pé trouxe duas constatações: o milho que vira pipoca assando na brasa é docinho e a macaxeira é tão cremosa que parece uma manteiga.

Realizamos uma reunião de avaliação da atividade e alguns problemas apareceram. Aqui colocamos algumas premissas que se fazem necessárias, na tentativa de deixarmos mais claros nossos objetivos e outros pontos que consideramos pertinentes.

1) A atividade compreende a construção de uma simples casa de taipa, que será destinada a uma das pessoas do Acampamento Araújo do MST. Existem outras casas de taipa no local, construídas por pessoas que dominam esta técnica desde criança. Nossa ideia e nos apropriar deste conhecimento e propagar sua potência como forma mais coerente e ecológica de construção e desmistificar o estigma cultural dado pela racionalidade científica e industrial à estas construções, por estarem associadas a miséria, ignorância, atraso e incivilidade.

2) Nosso objetivo em estar neste espaço consiste em assimilar a partir da prática, as técnicas de bioconstrução e vivencia-las norteadas por uma ética solidária e organização anti-hierárquica, visualizando a emergência de espaços, ambientes e sociabilidades anticapitalistas. A Dhuzati pretende construir neste espaço um laboratório de experimentação tecnológica, agrícola e alimentar de cunho artesanal, agroecológico e anti-especista.

3) Nossa organização prevê um grupo onde as pessoas tenham impulso e protagonismo político para colocar suas questões mais pertinentes. Não gostamos da ideia de liderança e não nos vemos guiados por pastores. Pensamos num tipo de organização que sempre esteja aberta para a exposição de problemas e rearranjos durante o percurso das atividades.

Depois de avaliarmos algumas circunstâncias que apareceram durante a atividade, concluímos que os próximos mutirões deverão ser realizados com pessoas mais próximas e que compartilhem de uma visão sobre bioconstrução e permacultura numa perspectiva mais libertária.

Segue as fotos deste 1º encontro:
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